sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Maquiagem dos personagens

No teatro, para uma boa estética (além do cenário e figurino), a maquiagem também deverá aparecer no palco. É como se tudo o que está lá em cima diminuísse, e por isso, deve-se ter cores marcantes e exageradas para que todos enxerguem. Até mesmo as maquiagens mais suaves de uma personagem devem ser mais forte para que apareça, e todos que estão acomodados nos lugares da platéia possam enxergá-la. 


A sobra nos olhos branca, ou até mesmo as pratas com um pouco mais de brilho, ajudam a dar mais volume nos olhos, podendo estendê-los e lhe ajudar a lançar olhares marcantes para o público. Além do lápis preto no contorno dos olhos, para bem delineá-los e marcá-los como também as máscaras para cílios. Esses produtos devem ter traços bem marcados para que, embora de perto pareçam exagerados, na verdade eles estão ideal para o público.


(Para as irmãs Alaíde e Lúcia, Julliana e Djenifer, ambas noivas, um degradê de tons claros e tons escuros, um delineado gatinho e bastante rímel.)


(Para as dançarinas 2 e 3 - Isolda e Isabela - uma maquiagem marcante, com cores fortes - não necessariamente as da foto, muito rímel e muito blush.)

(Para a dançarina 1, Joyce, uma maquiagem mais discreta, com blush pêssego e apenas um gloss, para peles morenas.)

(Como a nossa interprete de Madame Clessi tem pele morena, a maquiagem deve ser bastante forte e com cores quentes - marrom, dourado e bronze, além dos olhos bem contornados. Para a boca, um batom nude. Blush sutil.)


(Para as demais mulheres, mães, jornalistas, moça romântica, mulher inatual, uma maquiagem simples e discreta.)



(Para Pedro - Tales, um bigode e acessórios que são indispensáveis para um típico malandro.)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

40's look

De novo em tempos de guerra, os anos 40 se destacam pela simplicidade e praticidade na moda. Muitos dos materiais usados escassearam e a moda manteve um padrão muito inexpressivo nos primeiros anos da década de 40 devido ao caos que assolava o mundo. As mulheres mantiveram um estilo mais sóbrio com modelos com ares militares.

A silhueta era em estilo militar, o corte era reto e masculino, com casacos de ombros acolchoados angulosos e apertavam na cintura. As roupas ganharam forte apelo masculino, com caráter utilitário. As saias eram  mais curtas, com pregas finas ou franzidas. As calças compridas se tornaram práticas e os vestidos, que imitavam uma saia com casaco, eram populares.



Mesmo com a escassez de alguns tecidos as mulheres procuraram manter um padrão mais sóbrio no modo de se vestir nos anos 40, mas com alternativas que iam desde a criatividade aos novos tecidos que surgiram para confecção das roupas até aos acessórios. Com os vestidos mais curtos e a falta da meias de nylon neste período a alternativa foi fazer pinturas na parte de trás da perna imitando a costura da meia ou simplesmente deixá-las nuas. 


Devido a todas estas dificuldades as mulheres usaram lenços, exageraram nos chapéus com criatividade (alguns grandes, com flores e véus, outros menores, de feltro, em estilo militar), com detalhes que os diferenciasse e quebrasse a monotonia do momento



Os cabelos das mulheres estavam mais longos que os dos anos 30. Com a dificuldade em encontrar cabeleireiros, os grampos eram usados para prendê-los e formar cachos.

A maquiagem era improvisada com elementos caseiros. Alguns fabricantes apenas recarregavam as embalagens de batom, já que o metal estava sendo utilizado na indústria bélica. 


O artesanato se desenvolveu, com a escassez de matéria prima, as bolsas de couro eram raras, portanto, muitas eram confeccionadas em tecido.

Os calçados começaram a ser fabricados em massa, as indústrias de calçados começam a trocar o couro por materiais sintéticos e pela borracha, os estilistas tiveram que se desdobrarem e serem muito criativos, então passaram a incorporar nos calçados varias tipos de materiais antes não utilizados como peles de répteis, cortiça, solados de madeira presos por grampos, os ornamentos foram mantidos o mínimo necessário.


Enfim, em 1947, Christian Dior lançou o “New Look”, que era, basicamente, composto por saias amplas quase até os tornozelos, cinturas bem marcadas e ombros naturais. Era a volta da mulher feminina e elegante.




Livres das fardas militares, a moda masculina era composta basicamente por paletós compridos e justos.



segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Introdução ao figurino

Para elaborarmos um projeto de figurino e cenário da peça Vestido de Noiva foi preciso muito estudo, tanto buscando na internet, quanto lendo e relendo o texto - várias vezes. Adianto para vocês, leitores, que a peça é de dificílimo entendimento, sim, e perceberam de cara ao assistir a nossa apresentação. De início, a responsável pelo figurino era Ketly, mas, devido a alguns imprevistos, eu, Isabela, pretendo ficar responsável.

Como já havia dito, a peça se passa por volta dos anos 40 no Rio de Janeiro. O Brasil passava por uma ditadura e de restrição à liberdade de imprensa.

Os anos 40 são considerados um dos mais femininos e sensuais do século XX, impulsionado pela beleza das divas hollywoodianas Rita Hayworth, Ingrid Bergman, Ava Gardner entre outras.

Foi também o ano que diferente dos anos 20 e 30, começou a ser estabelicido uma imagem padronizada de beleza. Nos anos 60 a modelo de moda mais popular era a Twiggy, nos anos 50 a Suzy Parker e nos 40 foi a vez de Jinx Falkenburg (foto abaixo). Esta foi a década em que o mundo da publicidade começou a olhar mais favoravelmente para fotógrafos, em vez de ilustradores, que por muito tempo ocupou o lugar de destaque uma vez que a impressora a tinta foi inventado.



+Conteúdo

Selecionei dois vídeos sobre a peça de Nelson Rodrigues, Vestido de Noiva. Confiram, vale a pena.

 

A convite do projeto Brasil Memória das Artes, a atriz Yoná Magalhães comenta sua participação na peça 'Vestido de Noiva', de Nelson Rodrigues. Neste vídeo, ela relembra episódios que marcaram a montagem da qual participou, em 1965, que possui fotos no Centro de Documentação da Funarte, encontradas no acervo da Coleção Foto Carlos, do lendário estúdio comandado pelo fotógrafo Carlos Moskovics.

Esse outro, apesar de ser um teleteatro, nos ajudou bastante com a composição dos personagens. Lílian faz excelente interpretação de Alaíde.


Lílian Lemmertz e Edwin Luisi em cena do teleteatro "Vestido de Noiva" (1974), dirigido por Antunes Filho, a partir da obra de Nelson Rodrigues. Exibido na Tv Cultura, dentro do programa "Teatro Dois".

Ensaio dia 06/09

Algumas fotos foram registradas durante nosso primeiro ensaio no Auditório do IFRN. A experiência contribuiu bastante para redefinirmos o espaço, os personagens, o figurino, as entradas e o cenário.


Conhecendo os personagens

A peça tem três atos e sua ação transcorre no âmbito familiar. A família é o núcleo de todas danações dos personagens de Nelson Rodrigues, nesta e em suas demais peças, seja esta família de origem suburbana, de classe média ou burguesa. É no interior dessa comunidade que deveria proteger seus membros, que os dramas ocorrem. Paixões proibidas, ódio recalcado, violência, crueldade e outros sentimentos degradados implodem a estrutura familiar, transformando-a em um inferno em que os personagens das peças vivem como seres para sempre amaldiçoados. 

O peça inicia com buzina de automóvel, barulho de derrapagem violenta, vidraças partidas, sirene de ambulância. O cenário é dividido em três planos, que o autor denomina: alucinação, memória e realidade. Os sons ouvidos referem-se ao atropelamento de Alaíde, que é levada a um hospital.

O universo dramático de Vestido de Noiva é a classe média carioca nas imediações dos anos quarenta. Nessa sociedade, predomina a hipocrisia, os preconceitos e os símbolos eleitos pela cultura judaico-cristã como eternos em relação à família e ao casamento.

Alaíde - Julliana Varella
Neurótica e oportunista, é a protagonista de Vestido de Noiva. É uma mulher insatisfeita e inconformada com a condição feminina. Seduz os namorados da irmã como uma tentativa de auto-afirmação, que a faz parecer melhor aos próprios olhos. É como ela diz a Lúcia, em tom de provocação: "Eu sou muito mais mulher do que você - sempre fui! Após conquistar Pedro, que se torna seu marido, demonstra um certo desinteresse e frustração pela vida de casada, ao mesmo tempo em que se sente ameaçada de morte por Pedro e Lúcia. O atropelamento é um desfecho trágico da tensão dos últimos dias da protagonista, e tanto pode ser suicídio como acaso ou assassinato. Em seu delírio e lembranças, reconstrói no subconsciente as injustiças de que se julga vítima e revela seu fascínio pela vida marginal de Madame Clessi.

Lúcia (Mulher de Véu) - Djenifer Jansen
Irmã de Alaíde, aparece em quase toda a peça como Mulher de Véu. É uma pessoa também insatisfeita, incompleta, que vive atormentada pelo sentimento de ter sido passada para trás pela irmã. Parece ter conseguido uma grande vitória com a morte de Alaíde e seu casamento com Pedro, mas as cenas finais sugere que ela não estará melhor em seu casamento do que Alaíde em seu túmulo.

Pedro - Tales Augustus
É o elemento dominador, é quem manipula as mulheres para conseguir o que quer. Namora Lúcia inicialmente, deixa-se seduzir por Alaíde, com quem se casa pela primeira vez, e depois concebe um plano macabro de eliminar a esposa para retornar aos braços da irmã. É o industrial bem sucedido, que representa o bom partido para as moças casadoiras que conseguirem fisgá-lo, mesmo sabendo que viveram à mercê do macho opressor. Pedro e Lúcia são presumidos assassinos e hipocritamente se casam, com o consentimento dos pais de Lúcia e da inexpressiva mãe de Pedro.

Madame Clessi - Sarah Rebeca
Antiga prostituta de luxo assassinada por um jovem amante em 1905. A casa onde os pais de Alaíde e Lúcia foram morar tinha sido a habitação de Madame Clessi e o local onde ela exercia sua profissão. Sua figura é construída na imaginação de Alaíde, que, quando pequena, encontrara no sótão da casa o diário de Madame Clessi.

Dona Lígia - Deborah Santos
Mãe de Alaíde e de Lúcia, mulher de costumes conservadores, representa o peso da tradição e dos bons costumes, que atuam sobre os personagens principais. 

Gastão - Emanoel
Marido de Dona Lígia, pai de Alaíde e de Lúcia. Sua principal aparição se dá no plano da memória, no qual está conversando com sua mulher sobre as atividades que eram exercidas na casa na época de Madame Clessi. “O negócio acabava numa orgia louca”, o curto diálogo, no qual Gastão profere essas palavras, marca profundamente a protagonista.

Os demais personagens desempenham papéis secundários, como o namoradinho adolescente de Clessi, que a assassina com uma navalhada, e os pais de Alaíde e Lúcia e a mãe de Pedro, que representam a classe média conformada e deslumbrada com as convenções sociais, que devem ser preservadas.